O que é blackwork? Origem, evolução a desdobramentos do estilo

Rafael Fleury • 24 de maio de 2025

Muito além dos tribais e do old school: o blackwork se tornou um campo aberto para experimentações visuais em tatuagem — e continua em expansão.


O blackwork é um estilo de tatuagem baseado no uso exclusivo da tinta preta. Não é uma técnica recente, nem limitada a um tipo específico de visual. Ao longo do tempo, o blackwork absorveu diferentes influências e deu origem a uma série de linguagens visuais que muitas vezes são confundidas com outros estilos.


A associação mais comum é com os tribais. Faz sentido: povos indígenas e grupos tradicionais ao redor do mundo usaram padrões pretos simples e repetitivos por séculos. Esses desenhos serviam para marcar passagens da vida, identificar origens e afirmar pertencimentos. Não havia a ideia de estilo no sentido moderno, mas uma prática corporal ligada ao coletivo.


Com o tempo, o blackwork também passou por contextos marginais. Tatuagens de cadeia — como as feitas em prisões da Rússia — usavam ferramentas improvisadas e tinta preta para registrar códigos, histórias pessoais e símbolos de resistência. Essas tatuagens não tinham intenção decorativa, mas sim informativa, identitária.


Na tatuagem ocidental moderna, o blackwork se transformou mais uma vez. A partir dos anos 1990, artistas começaram a explorar o preto sólido como forma de linguagem visual, trazendo influências de gravura, serigrafia, desenhos científicos, texturas botânicas e até referências religiosas.


Hoje, o termo “blackwork” se refere a um campo aberto que engloba desde grandes áreas pretas, padrões geométricos e repetições, até subestilos mais recentes, como:

• minirealismo em preto

• fineline monocromático

• simulações de gravura

• ilustração botânica em preto

• peças com influência gráfica, digital ou arquitetônica


Esse conjunto de caminhos muitas vezes é confundido com outros estilos, como o old school, que também usa preto de forma intensa. A diferença está no acabamento, na escolha de temas e na ausência de cor. No blackwork, o preto não é só contorno ou base, mas o próprio desenho.


É comum que quem procura esse tipo de tatuagem traga referências visuais muito diferentes entre si. Por isso, é importante entender que o blackwork não é um estilo fechado, mas sim uma categoria ampla, em constante diálogo com o desenho e com a composição gráfica.


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Quando alguém deseja fazer uma tatuagem, o processo mais comum é que essa pessoa entre em contato com o tatuador de preferência e este faz um desenho original, de acordo com a ideia apresentada pelo cliente. Esse procedimento é chamado internacionalmente de “Custom Tattoo”, ou seja, tatuagens customizadas e personalizadas. Um desenho original, único. Entretanto, existe uma outra categoria, chamada de “Flash Tattoo”, ao pé da letra, tattoo rápida, relâmpago. Ou seja, são desenhos prontos, de tamanho pequenos ou médios, de fácil execução e que não podem ser modificados pelo cliente. Além disso, os flashes, nome pelos quais são chamados esses desenhos, podem ou não ser exclusivos. O tatuador pode disponibilizar o mesmo flash para várias pessoas. Por esses motivos, o valor tende a ser mais baixo do que o de tatuagens personalizadas. Em alguns estúdios, principalmente nos Estados Unidos, os flashes ficam expostos nas paredes, como vemos nos filmes. Nesses casos, o cliente se desloca até o estúdio para escolher o flash desejado. Já no Brasil, o mais comum é que o tatuador disponibilize esses desenhos em suas redes sociais e os interessados entram em contato, agilizando o processo. Esse tipo de tattoo rápida é muito comum nos chamados Flash Days, que são eventos que reúnem diferentes tatuadores, com diferentes estilos. Cada um disponibiliza uma quantidade de desenhos prontos, seguindo sua identidade artística. Quem comparece pode conhecer novos profissionais, se identificar com algum desenho e sair do evento com uma tatuagem nova, sem ter que passar pelas longas semanas de agendamentos que as custom tattoos exigem.
Por Bruna Alecrim 6 de maio de 2021
Já falamos aqui no blog sobre os cuidados que o cliente deve ter antes e depois da sessão, mas sempre restam algumas dúvidas. Esse post vem para explicar o porquê de cada um desses cuidados, para que você consiga entender como o seus hábitos vão influenciar diretamente no resultado final da sua tatuagem. Primeiramente, é importante compreender que a tatuagem recém feita é um machucado. Rafael Fleury, dono do Estúdio Outside, explica que ela funciona como outra lesão qualquer, com um peso a mais para o corpo: durante o processo, foi inserido um corpo estranho – a tinta – dentro do organismo. O corpo vai trabalhar para cicatriza-la e suas atitudes podem ajudar ou atrapalhar esse processo. · Por que limpar a pele antes da sessão? A sessão pode durar muitas horas, por isso recomendamos que o cliente tome um bom banho antes de ir para o estúdio. Além disso, é importante que todo o corpo esteja limpo, pois uma parte não higienizada pode acabar infectando a área da tattoo. É importante lembrar de não passar cremes/loções ou protetores na área que for ser tatuada. · Por que ter uma boa noite de sono antes e depois da sessão? Com o corpo mais descansado e disposto, a cicatrização tende a ser mais tranquila. O seu organismo terá menos um problema – o cansaço – para dividir o foco. A recuperação terá menos interferências. · Sobre os hábitos alimentares durante a cicatrização Esse é um assunto que causa discussão entre os profissionais. Durante os últimos anos, o que os profissionais do estúdio observaram é que o ideal é que o não mude sua rotina alimentar e evite excessos. · Por que você não deve levar acompanhantes? Essa é uma pergunta tão frequente que existe um post específico sobre isso neste blog. Além de ser proibido pela Vigilância Sanitária, para evitar contaminação, a presença de um acompanhante, muitas vezes, gera ansiedade e estresse durante a sessão. · Questões sobre pomadas e óleos de hidratação No Outside não recomendamos o uso de pomadas. Elas normalmente são espessas e criam uma camada que fecha os poros e impede a respiração da pele. Além disso, alguns desses produtos possuem corticóides e outras substâncias em sua composição que não são necessários. Um último motivo, é que, no geral, as pessoas se esquecem de lavar a área tatuada e deixam a pomada lá por muitas horas, o que não é saudável. Atualmente, Rafael Fleury recomenda o uso de óleos naturais, como o de girassol, de coco ou de amêndoas. Sempre em pequena quantidade, apenas quando sentir a necessidade de hidratar a pele tatuada. · Por que não arrancar a casca da tatuagem? A casquinha/”pelinha” que se forma sobre a tatuagem é uma camada natural da pele que se forma no processo de cicatrização. Ela é necessária e funciona como o “plástico filme” criado pelo seu próprio corpo. Por isso, não deve ser arrancada antes da hora. Ela vai se desprender naturalmente da pele, quando já tiver cumprido a função dela. · Quais os prejuízos ao coçar a tattoo? “Coçar tatuagem é a pior atitude que o cliente pode ter”, afirma Fleury. Ele explica que ao colocar a unha, cheia de bactérias acumuladas, em contato com a sua ferida existe uma grande chance de infeccionar o local. O ato de coçar também pode ferir ainda mais a área já sensível da tatuagem, além de retirar sua casca natural. Se a casca for retirada, a qualidade da tatuagem pode ser comprometida. Rafael explica ainda que essa casca pode conter resquícios de tinta que ainda não foram completamente absorvidos pela pele, o que pode afeta diretamente o resultado visual da tattoo. O recomendado é que não se toque na tatuagem. Uma solução para a coceira é passar gelo em cima do desenho (com um pano limpo, claro). · Porque você não deve pegar sol nos primeiros 15 dias Ao expor a pele ao sol, você vai gerar uma queimadura – mesmo que leve – na área tatuada. O sol lesiona a pele e cria um processo inflamatório na tatuagem. · Por que não posso entrar na piscina nos primeiros 15 dias? Banho de piscina, rio ou mar não são recomendados para uma pele recém tatuada! O problema dessas atividades é que, por estarem a céu aberto, esses locais contém inúmeras bactérias. A piscina, por exemplo, além dos produtos químicos e é utilizada por outras pessoas. Além disso, pequenos animais caem na água e podem deixar suas fezes ali. Já no mar, além desses agravantes, há a presença de sal na água. São substâncias e bactérias que não podem estar em contato direto com sua pele ferida. · Por que não posso usar os cremes e protetor durante a cicatrização? A tatuagem é um machucado aberto, como já explicamos no blog, então nada além dos óleos – em pouca quantidade – deve ser aplicado nela. Depois de quinze dias, a rotina de cremes pode voltar ao normal. · Existe alguma situação em que o uso do plástico é recomendado? Atualmente, o Outside faz o uso de plástico filme adesivo específico para tatuagens e queimaduras. É orientado ao cliente que permaneça com ele no corpo por três dias, que é o período em que a tatuagem ainda não criou sua camada natural de proteção (aquela “pelinha”, que depois de alguns dias vai sair naturalmente). Quando usamos o plástico filme comum, a recomendação é que a pessoa use apenas para dormir ou quando a região for ter contato com roupas. O risco de usar o plástico filme comum, é que, no estúdio ele fica em ambiente esterilizado, mas nas residências ele é guardado na cozinha e entra em contato com substâncias prejudiciais, como a gordura.
Por Bruna Alecrim 27 de abril de 2021
Nesse post, vamos esclarecer um pouco sobre o assunto. O orçamento funciona de forma diferente em cada estúdio. Alguns locais cobram por sessão, por exemplo. Não é o caso do Outside, aqui nós cobramos por projeto. Sendo assim, é preciso entender o que faz parte do valor da sua tattoo. Nessa conta entra o tamanho do desenho, o local do corpo a ser tatuado, a complexidade do projeto, o custo do material e a mão de obra do tatuador. A pessoa responsável pelo Whatsapp do Outside, é a Jú, nossa gerente. Ela é quem escuta inicialmente as ideias dos clientes, entende o que eles querem e, dessa forma, calcula o valor final da tattoo desejada. É ela também quem faz a ponte entre os clientes e os tatuadores do nosso estúdio. Para que a Jú chegue em um valor, é necessária muita conversa. Ela procura entender exatamente o que o cliente imaginou para a tatuagem, para que não ocorra nenhum mal entendido. Apenas depois dessa coleta de informações é que ela vai passar o orçamento. A partir daí, uma data é escolhida e ela repassa todas as informações obtidas sobre o projeto para o profissional que vai realizá-la. A intenção é que, ao chegar ao estúdio no dia da sessão ambas as partes, tatuador e cliente, estejam tranquilos e sem dúvidas quanto a todo o processo. É preciso ter em mente que a tatuagem é um desenho que ficará no seu corpo para sempre, por isso recomendamos que você se preocupe primeiramente com a qualidade do trabalho. Ter certeza que você está fazendo uma tattoo com um profissional competente, em um estúdio responsável, que toma todos os cuidados para que você se sinta confortável e esteja em um ambiente seguro, é o mais importante.
Por Bruna Alecrim 11 de março de 2021
Todo mundo gosta de ver uma tatuagem recém feita no corpo. A cor fica intensa e o traço bem definido, do jeito que se imaginou! Mas o tempo deixa marcas e compromete este encantamento dos primeiros dias. A tatuagem perde a cor inicial e o traço vai se expandindo na pele. Com isso, dá uma vontade de fazer um retoque, né? Pouca gente sabe, no entanto, que nem sempre, realçar a tatuagem na pele é a solução indicada pelos tatuadores. É natural (e esperado) que a tatuagem envelheça junto com a pele e o corpo. Isto é um fato, que deve ser levado em consideração por quem procura um estúdio. Contudo, quando passa o encantamento pelo desenho novo na pele, nem todos apresentam consciência dessa realidade. Independente do profissional que realizou o trabalho, o desenho perde o frescor na pele, é um processo natural, que reflete o passar dos anos, o envelhecimento. “O cliente não deve esperar que a tatuagem fique “pretinha” e com o aspecto de recém feita para sempre. Pelo contrário, deve cuidar e desejar que o desenho envelheça de forma saudável e com naturalidade”, explica o tatuador Rafael Fleury. Ele esclarece também que retocar uma tatuagem significa ferir a pele repetidamente em um mesmo ponto, o que leva ao risco de ocasionar reações adversas na pele, desnecessariamente. Outra questão é que, inserir mais tinta na pele vai naturalmente engrossar o traço da tattoo e, em alguns casos, pode interferir no desenho original a longo prazo. Na verdade, são poucos os casos em que o retoque é recomendado pelo tatuador. Um deles é quando a tatuagem foi feita há mais de 20 anos. Nessa situação, o desenho normalmente precisa de um reforço para restaurar a nitidez. Um outro caso que o procedimento é indicado para o cliente é quando ocorre a desconfiguração do desenho, por algum motivo, que mude o significado ou fique estéticamente estranho. Entretanto, na maioria das vezes, o que as pessoas querem é o retoque para reforçar detalhes muito sutis da tatuagem, em que o resultado vai ser imperceptível. Nessas situações, o estúdio Outside não recomenda o procedimento. “Sem falar que a técnica consome mais material que o desejado e indicado. O retoque de uma linha gasta quase a mesma quantidade de material que é usado para fazer um desenho que fecha o braço,” exemplifica Fleury. Se o cliente desejar fazer um retoque, mesmo após ler esse texto, converse com seu tatuador antes. Cada estúdio tem sua política para esses casos. Alguns cobram um valor mínimo, outros não cobram taxa extra. Tire suas dúvidas antes de marcar o procedimento. É o melhor caminho para alcançar um resultado mais saudável.
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